Individualismo
Emmanuel, no livro Roteiro, numa parte da lição Individualismo, traz uma frase que nos chama a atenção. Diz ela: “O individualismo ajustado aos princípios do bem é a base do engrandecimento da coletividade.”
Essa afirmativa, em princípio, entra em choque com a definição comum que possuímos de individualismo. Uma rápida busca na web nos traz definições do tipo: “Tendência, atitude de quem vive exclusivamente para si, demonstra pouca ou nenhuma solidariedade; egoísmo, egocentrismo.”
Naturalmente, tais definições, ainda que complementadas por “ajustado aos princípios do bem”, não esclarecem o emprego do termo dentro do contexto apresentado pelo autor espiritual.
Ao buscarmos outras definições, por exemplo, no dicionário Aulete, encontramos: “1) tendência que valoriza mais os interesses individuais; egoísmo; 2) Fig. maneira de pensar ou viver só para si; 3) doutrina ou corrente de pensamento de valorização suprema do indivíduo, considerado o elemento mais elevado de uma sociedade e o fim de si mesmo.”
Também não ajuda, mas vejamos outras definições:
Por outro lado, a inferência desse sentido nos permite usar a definição do termo individuação – como utilizado pelo psicólogo suíço Carl Gustav Jung – para trazer luz à compreensão esperada por esse termo nesse contexto. Pela extenção da definição do termo individuação, trazemos um recorte do mesmo, suficiente para esclarecer o que se deseja:
Assim, pode-se dizer que o processo de autoconhecimento – como determinante do desenvolvimento do ser humano – tendo como diretriz os princípios do bem, conduz ao engrandecimento da coletividade.
Tendo sido esclarecida essa questão com relação ao uso do termo, retomemos a lição de Emmanuel.
O autor espiritual destaca que, com a Revelação Nova, percebemos com maior amplitude os problemas que nos cercam, tanto por aguçar a nossa sensibilidade, por intensificar a nossa capacidade de amar, como por transformar o nosso coração em um estuário espiritual onde as dores humanas encontram ressonância.
Isso faz com que os sofrimentos se acentuem, por sermos almas em evolução e mantermos vínculos com os planos inferiores nos quais ainda respiramos.
Emmanuel ressalta o desejo que se instala no indivíduo de ser acompanhado por todos os que ama. Mas, na medida em que avança nos conhecimentos superiores e torna suas sensações mais sutis, percebe que ocorre um distanciamento dos seus afetos, por se adiantar na jornada espiritual.
Diversas são as dificuldades com que se defronta o aprendiz: é o cônjuge que assume um rumo diferente na vida; a afetividade paternal mal dirigida, dificultando a ascensão para a luz; o filho golpeando-lhe as fibras mais íntimas; o amigo que deserta…
Tudo faz parte do aprendizado. É necessário não se render à perturbação!
Emmanuel ressalta que é necessário perceber que se está sozinho em si mesmo para aprender a ajudar. E que a aquisição dos valores eternos decorrem da boa-vontade e do sacrifício.
A compensação divina atinge aquele que cede em favor de todos, enriquecendo-o de força e alegria no grande silêncio.
Nesse ponto, o autor espiritual traz no texto a frase que deu origem à análise realizada no início desse texto: “O individualismo ajustado aos princípios do bem é a base do engrandecimento da coletividade.”
O autor ressalta que fomos criados para viver em comunhão com o semelhante, que somos um todo em processo de aperfeiçoamento, e que fugir a esse propósito só faz com que prejudiquemos a nós mesmo e a todos os demais.
Ninguém vive só! Mas, como a semente que germina no seio da terra, é necessário, por vezes, lutar em solidão para viver bem.
A sociedade que não possui indivíduos fortes e sábios debate-se entre a ignorância e a miséria, pois é da Lei que o esforço pessoal contribua para o progresso e sublimação de todos. Para isso basta lembrar o esforço e contribuição das grandes almas da ciência e da espiritualidade, mas também lembrar que cada um de nós, em qualquer estágio da existência em que nos encontremos, é portador de determinada missão.
Concluindo o texto, Emmanuel afirma que o Espiritismo ampara aos homens e convida para que se aprimorem e se engrandeçam, destacando que “a cada um, segundo as suas obras”.
Essa afirmativa, em princípio, entra em choque com a definição comum que possuímos de individualismo. Uma rápida busca na web nos traz definições do tipo: “Tendência, atitude de quem vive exclusivamente para si, demonstra pouca ou nenhuma solidariedade; egoísmo, egocentrismo.”
Naturalmente, tais definições, ainda que complementadas por “ajustado aos princípios do bem”, não esclarecem o emprego do termo dentro do contexto apresentado pelo autor espiritual.
Ao buscarmos outras definições, por exemplo, no dicionário Aulete, encontramos: “1) tendência que valoriza mais os interesses individuais; egoísmo; 2) Fig. maneira de pensar ou viver só para si; 3) doutrina ou corrente de pensamento de valorização suprema do indivíduo, considerado o elemento mais elevado de uma sociedade e o fim de si mesmo.”
Também não ajuda, mas vejamos outras definições:
- Dicionário das Grandes Filosofias: “Teoria que considera o indivíduo como a forma essencial ou irredutível de toda a realidade e que afirma o predomínio absoluto, de fato ou de direito, do individual sobre o coletivo.”
- Dicionário de Filosofia (Abbagnano): “Toda doutrina moral ou política que atribua ao indivíduo humano um preponderante valor de fim em relação às comunidades de que faz parte. O extremo desta doutrina é, obviamente, a tese de que o indivíduo tem valor infinito, e a comunidade tem valor nulo (…).”
- Dicionário do Pensamento Social do Século XX:
- Encontramos, na definição do verbete, a explicação de que ele “abrange diversas ideias, doutrinas e atitudes, tendo como fator comum a atribuição de centralidade ao ‘indivíduo’.
- Origem do termo: início do século XIX na França pós-revolucionária, indicando “dissolução dos laços sociais, abandono pelos indivíduos de suas obrigações e compromissos sociais”.
- Na Alemanha, ligava-se ao romantismo, tendendo a “significar o culto do caráter singular e da originalidade do indivíduo, assimo como o florescer da individualidade”.
- Na Inglaterra, estabelecia um contraste com o coletivismo e servia para se referir “às virtudes da autoconfiança e da iniciativa celebradas por Samuel Smiles, na esfera moral, e estava associado ao ‘liberalismo’ nas esferas econômicas e política”.
- Alexis de Tocqueville (cientista político, diplomata e historiador do século XIX) definia o individualismo como um “sentimento que leva cada indivíduo a, junto com sua família e amigos, apartar-se da sociedade, minando as ‘virtudes da vida pública’ e terminando por ‘ser absorvido por um puro egoísmo’”.
Por outro lado, a inferência desse sentido nos permite usar a definição do termo individuação – como utilizado pelo psicólogo suíço Carl Gustav Jung – para trazer luz à compreensão esperada por esse termo nesse contexto. Pela extenção da definição do termo individuação, trazemos um recorte do mesmo, suficiente para esclarecer o que se deseja:
(…) Quanto mais conscientes nos tornamos de nós mesmos através do autoconhecimento, (…) [emerge] uma consciência livre do mundo mesquinho, suscetível e pessoal do Eu, aberta para a livre participação de um mundo mais amplo de interesses objetivos (…), colocando o indivíduo numa comunhão incondicional, obrigatória e indissolúvel com o mundo. (in www.psiqweb.med.br)
Assim, pode-se dizer que o processo de autoconhecimento – como determinante do desenvolvimento do ser humano – tendo como diretriz os princípios do bem, conduz ao engrandecimento da coletividade.
Tendo sido esclarecida essa questão com relação ao uso do termo, retomemos a lição de Emmanuel.
O autor espiritual destaca que, com a Revelação Nova, percebemos com maior amplitude os problemas que nos cercam, tanto por aguçar a nossa sensibilidade, por intensificar a nossa capacidade de amar, como por transformar o nosso coração em um estuário espiritual onde as dores humanas encontram ressonância.
Isso faz com que os sofrimentos se acentuem, por sermos almas em evolução e mantermos vínculos com os planos inferiores nos quais ainda respiramos.
Emmanuel ressalta o desejo que se instala no indivíduo de ser acompanhado por todos os que ama. Mas, na medida em que avança nos conhecimentos superiores e torna suas sensações mais sutis, percebe que ocorre um distanciamento dos seus afetos, por se adiantar na jornada espiritual.
Diversas são as dificuldades com que se defronta o aprendiz: é o cônjuge que assume um rumo diferente na vida; a afetividade paternal mal dirigida, dificultando a ascensão para a luz; o filho golpeando-lhe as fibras mais íntimas; o amigo que deserta…
Tudo faz parte do aprendizado. É necessário não se render à perturbação!
Emmanuel ressalta que é necessário perceber que se está sozinho em si mesmo para aprender a ajudar. E que a aquisição dos valores eternos decorrem da boa-vontade e do sacrifício.
A compensação divina atinge aquele que cede em favor de todos, enriquecendo-o de força e alegria no grande silêncio.
Nesse ponto, o autor espiritual traz no texto a frase que deu origem à análise realizada no início desse texto: “O individualismo ajustado aos princípios do bem é a base do engrandecimento da coletividade.”
O autor ressalta que fomos criados para viver em comunhão com o semelhante, que somos um todo em processo de aperfeiçoamento, e que fugir a esse propósito só faz com que prejudiquemos a nós mesmo e a todos os demais.
Ninguém vive só! Mas, como a semente que germina no seio da terra, é necessário, por vezes, lutar em solidão para viver bem.
A sociedade que não possui indivíduos fortes e sábios debate-se entre a ignorância e a miséria, pois é da Lei que o esforço pessoal contribua para o progresso e sublimação de todos. Para isso basta lembrar o esforço e contribuição das grandes almas da ciência e da espiritualidade, mas também lembrar que cada um de nós, em qualquer estágio da existência em que nos encontremos, é portador de determinada missão.
Concluindo o texto, Emmanuel afirma que o Espiritismo ampara aos homens e convida para que se aprimorem e se engrandeçam, destacando que “a cada um, segundo as suas obras”.
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