A porta do Céu
Havia um agricultor que habitava uma pequena casa no campo. Era pobre, mas dotada de uma beleza estampada pela simplicidade que a todos encantava. Sua vida era plena, pois vivia de acordo com a vontade do Pai, a quem, todos os dias, agradecia pelas bênçãos recebidas: pelo sol, pela brisa, pela água, pelos pássaros, flores, pelo alimento plantado e colhido por suas mãos. Simples, nasceu; simples, viveu; simples, morreu. Em seu leito de morte, anjos cantaram hosanas ao Pai por aquele que retornava à pátria celestial. Havia um outro agricultor que morava no mesmo campo, que, também pobre, reclamava do vento, por não ser suficiente para aplacar o calor; pela água que não era tão limpa quanto desejava; pelo esforço demasiado no plantio e pela colheita que não era suficiente para obter os recursos que desejava; pelo sol que gerava um calor inclemente. Pobre nasceu, triste viveu e revoltado morreu. Também foi recebido pelos anjos do Pai, mas que expressavam, em suas fisionomias, uma grande pr...